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Sócio da empresa que ardeu no Parque Industrial fala em prejuízos “muito elevados”

Um incêndio, que deflagrou ao final da noite da passada segunda-feira, 24, destruiu parcialmente as instalações de uma empresa têxtil, no Parque Industrial do Canhoso, que emprega cerca de três dezenas de pessoas.

O fogo deflagrou na empresa J Gomes, que se dedica à transformação de fio ecológico reciclado, e terá tido origem numa das máquinas.

“Segundo nos parece, e segundo informação de alguns trabalhadores que se encontravam no local, a origem do incêndio poderá ter sido numa das máquinas, as chamadas esfarrapadeiras. Havia gente na fábrica” explica o comandante dos bombeiros voluntários da Covilhã, Fernando Lucas. Segundo este responsável, não houve danos humanos a lamentar, apenas materiais, e as chamas foram combatidas por 33 operacionais, com 17 viaturas, e o apoio de corporações de Idanha-a-Nova, Castelo Branco, Fundão e Belmonte.

Segundo Fernando Lucas, apenas uma parte dedicada aos desperdícios de tecidos terá sido destruída, tendo a zona de laboração escapado às chamas. Pelo que, o recomeço da actividade apenas dependerá do dono da fábrica. “Depende do proprietário saber se quer por a fábrica a laborar ou não, mas ela está parcialmente destruída. A parte do armazém, em que se encontravam todos os depósitos dos fardos de desperdícios, ficou completamente destruída. Mas a parte das máquinas está, em parte, intacta. Não sofreu nada com o fogo, apenas com o fumo e água. Mas isso é normal” explica o comandante dos bombeiros da Covilhã. Entretanto, ao NC, fonte da empresa já refutou estas informações que, diz, “não representam de todo a verdade. Estão a minimizar a dor da situação e estão ainda a meter em causa a credibilidades dos sócios.  Convidamos a passar cá de forma a ser possível tirarem as conclusões.”

À lusa, Rui Gomes, um dos sócios da empresa, disse também que “ainda é muito cedo para falarmos em números, mas são prejuízos muito elevados. Só em maquinaria e matéria-prima estaremos sempre a falar, no mínimo dos mínimos, em mais de dois milhões de euros, e isto sem ter em conta a estrutura e outros danos”, aponta. Apesar da difícil situação, Rui Gomes garante que a empresa irá fazer tudo o que estiver ao seu alcance para retomar a laboração, “assim que possível”, e para manter os 30 postos de trabalho. “Vamos fazer tudo para conseguirmos continuar, porque as nossas vidas estão aqui”, acrescenta.

O empresário explica ainda que o fogo terá começado numa esfarrapadeira, tendo alastrado com muita rapidez. Os três trabalhadores que se encontravam a cumprir o turno da noite ainda tentaram extinguir as chamas com recurso aos extintores, mas o fumo dificultou os esforços.

A empresa J Gomes está localizada mesmo ao lado do Centro de Inspecções da Covilhã e nasceu em 1974, com a sua primeira sede a localizar-se a zona de Santo António. Segundo o site da empresa, em 1990 mudou as suas instalações para o Parque Industrial do Canhoso, onde permanece até aos dias de hoje. Posteriormente também adquiriu uma unidade na vila de Tortosendo, dando origem a sete mil metros quadrados de área coberta e com cerca de 30 trabalhadores.

A J Gomes iniciou a sua actividade reaproveitando desperdício deixado por outras fábricas da indústria portuguesa.  “Em 2002 montamos a linha de fiação onde produzimos o nosso fio com desperdícios têxteis” explica a empresa, que recolhe os desperdícios têxteis do processo de produção das empresas têxteis e confecção, sejam fios, tecidos ou malhas. Após a recolha, separa todos os desperdícios têxteis, por qualidades e cores. “Desta forma, o impacto da J Gomes é imediatamente reduzido porque permite que não seja necessário tingir o fio para obter a cor pretendida tal como a matéria” explica no seu site. “Os nossos fios têm a mesma diversificação de aplicações tal como qualquer outro fio, como, vestuário, camisolas, meias, têxtil lar, mantas, colchas, tapetes, entre outros” acrescenta.

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