Os sócios do Sporting da Covilhã são esta quinta-feira, 20, pelas 20:30, chamados a deliberar sobre a cooptação e indigitação do vice-presidente da direção, Joel Vital, para o cargo de presidente do clube, na sequência da demissão do anterior líder, Marco Pêba. Numa assembleia geral que irá decorrer no auditório dos Bombeiros Voluntários da Covilhã.

A ratificação do nome de Joel Vital, caso seja favorável, poderá abrir caminho à marcação de nova reunião magna de sócios para que estes se pronunciem sobre a criação da SAD e também sobre um projeto de investimento no clube, que foi apresentado no passado sábado, liderado por uma empresa americana, a Prime Play, que segundo Joel Vital pode vir a marcar “de forma decisiva” o futuro do clube, e que já estava a ser discutida há algum tempo. “Se continuarmos depois do dia 20, temos de marcar nova Assembleia Geral para ouvir os sócios, as preocupações e o que desejam para o clube e se é esta esta via que querem. Porque a meu ver, não há muitas mais hipóteses para o clube. Ano após ano, tem sido muito penoso, muito prejudicial para o clube. Só o futebol profissional dá muito prejuízo. Nós temos que, de alguma forma, inverter isso e criar um clube autossustentável. Porque se não, daqui a alguns anos, corremos o risco de o Sporting Clube da Covilhã desaparecer. E é isso que ninguém quer”, vinca Joel Vital.

Segundo o líder serrano, o projeto apresentado pela Prime Play será abordado “com total transparência” e passa, entre outras coisas, pela construção da Academia, pela reformulação da estrutura envolvente em todas das áreas, e pretende criar bases para o futebol profissional, através de uma aposta na formação. Joel Vital salienta que o projeto não está vinculado a nenhum presidente ou direção, e que pela sua dimensão e impacto deve ser analisado, discutido e decidido “pelos sócios”, frisando que a sua apresentação pública teve o intuito de “assegurar que todos tenham acesso às informações essenciais e possam preparar as questões que considerem pertinentes”. O presidente dos leões da serra realça ainda que esta foi a única proposta que surgiu sem ser de “forma dúbia”, que não é unicamente direcionada à equipa profissional, algo que vai de encontro com a vontade da direção. “A ideia é nós mostrarmos que enquanto cá estivermos nós temos uma linha definida para o futuro do clube. Quer estejamos cá até dia 20, quer estejamos cá até ao final da época, quer estejamos cá até quando quiserem que que nós cá estejamos. Nós temos que, de uma vez por todas, criar uma linha, definir bem o que é que o clube quer, para onde quer ir e, principalmente, dar condições à formação que nós não damos condições aos miúdos da formação”, salienta, lembrando, por exemplo, que há equipas jovens a treinar em pelados.  “Temos de começar de algum ponto, o ponto de partida e pensamos que seja este: apresentar soluções e apresentar projetos”, salienta.

A empresa Prime Play nasceu nos Estados Unidos e é, segundo um dos sócios, o mexicano Miguel Gonzalez, um projeto de sucesso, que pretende ver replicado na Europa criando uma rede multi-clubes, investindo em clubes profissionais ou semiprofissionais. Fernando Ponce, diretor geral da Prime Play na Europa, sublinha que a decisão de investir na Covilhã surge porque a empresa acredita no potencial desportivo do clube, no crescimento que pode existir, apostando nas infraestruturas necessárias. Ponce diz que as conversas com clube já decorriam há alguns meses, mas que serão os sócios a decidir, e garante que não é prioritário que a empresa detenha a maioria do capital de uma futura SAD.

Um tema que passará, por certo, pela assembleia geral de sócios de hoje, em que será também deliberada a cooptação e indigitação de um suplente do Conselho Fiscal, Carlos Raposo, para primeiro relator, face ao falecimento do anterior titular do cargo, João Serra Duarte, e apresentado, discutido e votado o relatório e contas da direção do período entre 1 de julho de 2024 e 30 de junho de 2025.