O Sporting da Covilhã, com 13 pontos, mais três que o Lusitânia, que deixou na última jornada o último lugar da série 2 ao Oliveira do Hospital, que tem 9 pontos, defronta esta sexta-feira, 25, fora, precisamente os beirões, pelas 16 horas. Para garantir já a permanência, os serranos têm que vencer o Oliveira do Hospital, e que o Lusitânia não ganhe em Santarém.

Contas que surgem depois de, na passada semana, os serranos terem perdido em casa com o Lusitânia (1-2). Num jogo em que tudo correu mal. E um mal nunca veio só. O ditado popular e até título de filme aplica-se na perfeição à película futebolística a que se assistiu, na passada quarta-feira, 16, no Santos Pinto, com o Sporting da Covilhã a falhar o objetivo de, a esta hora, já ter garantida a permanência na Liga 3.

Foi um jogo cheio de peripécias. A primeira, foi logo a data do jogo. Que era, inicialmente, domingo, 13, mas que foi adiado face, segundo o clube serrano, à indisponibilidade do clube açoriano em viajar para o continente. A segunda, foi já em cima da hora de jogo. As linhas de marcação do campo não se viam, tiveram que voltar a ser marcadas (até com recurso a uma trincha, com o diretor desportivo do Sporting da Covilhã, Vítor Cunha, a dar uma mãozinha). Quando parecia que a partida se podia iniciar, um apagão nas torres de iluminação. Depois, viu-se o Lusitânia marcar primeiro, o Covilhã empatar, ver a sua melhor unidade em campo (Konate) ser expulso e o seu guardião ter uma péssima intervenção que deu três pontos aos insulares. Para completar todos os males, na hora de recolher ao balneário, uma troca de “galhardetes” entre alguns adeptos e jogadores, nomeadamente o capitão Diogo Ramalho.

Por partes. O Covilhã, que sabia que ganhando garantia logo a permanência, apanhou um Lusitânia atrevido (que conseguiu três vitórias sobre os leões da serra e tem vantagem, no confronto direto). Aos 10 minutos, João Gonçalo desviou para canto um remate de Breno e aos 13 Sidney falhou à entrada da pequena área um remate para golo. O Covilhã respondeu aos 23, numa excelente jogada pela direita, com a bola a chegar à área onde Diogo Cornélio foi lento a decidir e, quando rematou, permitiu o corte de um defesa contrário. Aos 26, a vez do mais criativo serrano, Gui Paula, rematar ao lado, e aos 31, o omnipresente médio Konate a sair desde o meio-campo até à área contrária, em progressão, para desferir um remate forte, mas ao lado. Em cima do intervalo, jogada de contra-ataque do Covilhã, com Luís Oliveira, na direita, a descobrir do lado contrário Gui Paula, que já em esforço atirou para uma boa defesa do guarda-redes Diogo Sá.

Na segunda parte, o Covilhã veio mais acutilante. E por duas vezes, sempre por Gui Paula, ameaçou. Aos 48 minutos, solicitado na esquerda, fletiu para dentro, rematou e proporcionou uma grande defesa a Diogo Sá. E aos 55, de novo no frente a frente com o guardião açoriano, não conseguiu marcar. Gui que, até então tinha sido o agitador de serviço, acabaria por sair aos 64 minutos (tal como Cornélio) para as entradas de Salgado e Fuller. Três minutos depois, o Covilhã sofria um golo, contra a corrente. Uma bola lançada para o meio-campo dos serranos, sobre a esquerda do ataque açoriano, Rafa Peixoto e o estreante a titular Nathan a desentenderem-se e Sidney a furar até à área, fazendo o passe atrasado para Joca encostar sem problemas para o fundo das redes.

O Covilhã, a partir daí, carregou. Ficou, aos 75, a pedir um penalti que o árbitro Rui Madeira não deu. Aos 78 e 81 viu, por duas vezes, o recém-entrado (e desastrado) Paulinho falhar duas oportunidades de golo, até que, aos 87 minutos, empatou. Jogada de insistência, na direita, cruzamento de Diogo Ramalho para a área onde Lucas Duarte subiu mais alto que toda a gente e cabeceou para a baliza, com a bola ainda a embater no poste. Acreditava-se que, num forcing final, o Covilhã marcasse o segundo golo, que daria já a permanência. Mas aos 89 ficou a jogar com menos um quando Konaté, na área contrária, caiu, com o árbitro a considerar (exageradamente) simulação e a dar o segundo amarelo (e respetivo vermelho) ao jovem costa-marfinense. Dois minutos depois, enorme balde de água fria no Santos Pinto. Uma bola despejada desde o meio-campo por Kaylan, com João Gonçalo a sair disparatadamente até quase ao limite da área, a falhar a interceção com Derick, de cabeça, a ganhar a bola que foi devagar “morrer” dentro da baliza serrana. Pouco depois, apito final, e muita insatisfação na bem composta bancada, numa tarde de entradas “à borla” para a maioria.