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Agente da PSP Fábio Guerra morre na sequência de agressão “animalesca”

O agente da PSP Fábio Guerra, covilhanense de 26 anos, espancado na madrugada de sábado à porta de uma discoteca em Lisboa, morreu hoje, no Hospital de São José, onde se encontrava em coma, na sequência dos ferimentos que lhe foram infligidos por militares da Marinha, quando se encontrava, com outros três colegas, fora de serviço.

Na reunião pública de hoje do executivo da câmara da Covilhã, ainda antes de ter sido comunicada a morte de Fábio Guerra, o presidente do município manifestou repúdio pela violência de que o covilhanense foi alvo.

“Manifesto o nosso mais veemente repúdio por esta violência injustificada, tanto mais proveniente de militares, a quem nós confiamos a nossa defesa e depois, em vez de defenderem, que é a sua missão, atacam, e atacam brutalmente e de forma animalesca este nosso conterrâneo e concidadão”, disse Vítor Pereira, antes de ter conhecimento da morte do agente.

Em comunicado, a PSP informou que o agente faleceu hoje pelas 09:58 no Hospital de São José, em Lisboa, devido às “graves lesões cerebrais” sofridas na sequência das agressões de que foi alvo na madrugada de sábado no exterior da discoteca Mome, na Avenida 24 de Julho, após incidentes que terão começado com agressões mútuas entre vários cidadãos.

“No dia 19, pelas 6:30, em Lisboa, ainda que se encontrasse fora de serviço, não hesitou em intervir para tentar fazer cessar violentas agressões que ocorriam entre cidadãos. Na sequência da sua intervenção, foi agredido, sofrendo lesões que acabaram por lhe provocar a morte”, acentuou a PSP, numa nota divulgada.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, manifestou hoje tristeza e pesar pela morte do agente da PSP Fábio Guerra, assinalando as “circunstâncias trágicas” em que tal aconteceu.

“O agente Fábio Guerra será recordado pela sua abnegação, coragem e dedicação ao serviço do próximo e da segurança pública. O Presidente da República endereça as mais sentidas condolências à família do agente Fábio Guerra, bem como aos seus amigos e aos profissionais da PSP”, lê-se na mensagem da Presidência da República.

A PSP informou que “continuam em curso todas as diligências, em coordenação com a Polícia Judiciária, visando a identificação e detenção de todos os autores das agressões, que resultaram na morte” do agente Fábio Guerra após as agressões registadas no exterior da discoteca Mome.

Num comunicado divulgado no sábado, a PSP referia que o incidente ocorreu na madrugada desse dia, pelas 06:30, “no exterior de um estabelecimento de diversão noturna, na Avenida 24 de Julho”, tendo começado com agressões mútuas entre vários cidadãos.

Segundo relatou a PSP, no local encontravam-se “quatro polícias, fora de serviço, que imediatamente intervieram, como era sua obrigação legal”, acabando por ser agredidos violentamente por um dos grupos, formado por cerca de 10 pessoas. Os outros três agentes agredidos tiveram alta hospitalar no domingo.

A Marinha divulgou também no sábado que “dois militares, do regime de contrato, da classe de Fuzileiros, envolveram-se nos confrontos, na via pública, junto de um espaço noturno, “tendo posteriormente informado as respetivas chefias” do sucedido.

A Marinha adiantou que mandou os dois militares apresentarem-se na respetiva unidade para responderem “a um inquérito interno” e estarem à disposição das autoridades que procedem às investigações.

Segundo a informação de sábado da Marinha, estes militares ainda não tinham sido notificados por nenhuma entidade policial, numa altura em que a investigação está a cargo da Polícia Judiciária (PJ).

A ministra da Administração Interna, Francisca Van Dunem, manifestou hoje a sua consternação pela morte do PSP Fábio Guerra, realçou a coragem do agente policial e reiterou que as autoridades tudo farão para “o rápido esclarecimento dos factos”.

“Neste momento de grande dor, quero transmitir à família do agente Fábio Guerra, em meu nome e em representação do Ministério da Administração Interna e do Governo, o sentimento de solidariedade e de genuína condolência face à tragédia que se abateu sobre o seu ente querido”, refere a nota.

Nas palavras da ministra, este é o momento de garantir a Fábio Guerra um “funeral digno da vontade de paz que evidenciou, da coragem que revelou e do exemplo que deu como cidadão e como agente da PSP”.

O covilhanense foi jogador de basquetebol no Clube Desportivo da Covilhã, que manifestou numa nota a sua “profunda tristeza, emoção e pesar” e foi mais tarde árbitro da modalidade.

Fábio Guerra foi também árbitro de futsal da Associação de Futebol de Castelo Branco, após tirar o curso, em fevereiro de 2019, o mesmo ano em que terminou a formação na PSP.

O Sporting da Covilhã, da II Liga de futebol, lamentou hoje a morte do agente da PSP Fábio Guerra, sócio do emblema serrano. O jovem era presença habitual, tal como a família, nas bancadas do Estádio Santos Pinto, casa do Sporting da Covilhã, onde na penúltima jornada assistiu à vitória dos ´leões da serra` sobre o Trofense, por 2-0.

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