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Comerciantes descontentes por falta de aviso sobre obras

Lojistas queixam-se de falta de informação na intervenção do Jardim Público. Câmara Municipal explica que entrave técnico atrasou a obra e que houve “mal-entendido” na comunicação do calendário

“O pior é nós não termos conhecimento de quando é que isto poderá ter um fim, nem tivemos de quando é que iria começar e quando é que vinham para aqui, porque supostamente esta zona seria a terceira fase”, começa por explicar Carla Rocha, funcionária do Quiosque do Jardim, sobre obras que decorrem no Jardim Público, uma empreitada no âmbito requalificação de toda a Avenida Frei Heitor Pinto.

“Nem me avisaram do começo, nem de nada. Não houve a hombridade por parte da Câmara para alguém chegar aos comerciantes, não só a mim, como também a outros”, afirma Carla, acerca da falta de informação sentida relativamente à intervenção.

Contactada pelo NC, a autarquia explicou que a alteração no calendário se deveu a “não estarem reunidas as condições técnicas” para o avanço da obra entre o Largo da Infantaria XXI e o cruzamento com a Rua da Indústria, no período em que estava previsto arrancar, entre maio e julho.

Devido a esse entrave, foi mudada a ordem das diferentes fases da obra, optando por se avançar primeiro com a fase quatro, da Estrada do Sineiro – entre o cruzamento com a Rua Dr. José Valério e a Rua José Caetano Júnior, que estava prevista acontecer entre agosto e setembro.

Além das queixas relativamente às dificuldades de mobilidade no pavimento, Carla conta que as máquinas do seu estabelecimento também têm dado problemas devido ao pó excessivo, lamentando que o piso não tenha sido humedecido para aligeirar o pó.

“Mas pronto, o pó, a gente sabe que tem de levar com ele, porque presumimos que isto seja para uma melhoria”, acrescenta a funcionária do Quiosque. Às preocupações, juntam-se também as quedas dos munícipes na zona.

Segundo Carla Rocha, as vendas no seu estabelecimento “desceram para metade”, devido ao estado das obras em frente ao quiosque, impossibilitando muitos clientes de passarem pelo local.

Do mesmo se queixa Florbela Silva, proprietária da pastelaria Ritual, inaugurada já durante a azáfama das obras. “Abri em fevereiro, quando já decorriam as obras, e eu tenho tido bastantes dificuldades, porque os meus clientes não conseguem vir para aqui”, refere.

“Eles [os clientes] vêm de longe, trazem o carro, têm que dar uma volta enorme para depois irem para o centro da cidade, então acabam por não passar por aqui. E às pessoas de mais idade também lhes custa muito a passar, porque têm medo de cair e de se magoar”, conta a proprietária do estabelecimento.

Florbela explica que a situação a tem “prejudicado bastante”, dada a oferta de mais cafés e pastelarias na zona do Pelourinho, o que faz com que os possíveis clientes do seu espaço optem por entrar noutros estabelecimentos, devido às obras na Avenida.

A proprietária da mercearia Mini Grula, Fernanda Bicho, também repara que já não há tanta clientela na zona. “Só mesmo as pessoas que tiverem que vir aqui à rua, porque de passagem não vem cá ninguém”, começa por dizer. “Nota-se que há menos gente e às vezes quando as pessoas passam é que param e entram na loja. Com as obras, neste mês de emigrantes, eles também não vão passar por aqui”, afirma Fernanda.

Fernando, o marido, lembra-se de haver um anúncio de obras, mas revela ter sido dado “com pouca antecedência e quase que passou despercebido”, adiciona.

A Câmara Municipal diz “lamentar” que a retoma das obras no Jardim Público não tenha sido comunicada nos dias anteriores à mesma, justificando que tal ocorreu “devido a um mal-entendido quanto à necessidade de promover uma nova comunicação”.

“Como ainda se estava em julho, ou seja, dentro do prazo de execução dessa fase da obra, não se percebeu, em tempo útil, que o novo calendário implicaria uma nova informação e respetiva comunicação pública”, explica a autarquia.

Joaquim de Almeida, gerente do Hotel Covilhã Jardim, lamenta não ter sido informado acerca do calendário das obras. “Não fomos informados de quando começou e nem de quando é que acaba, não estou ao corrente de nada”, explica. O proprietário considera que “seria melhor terem feito a obra em maio ou junho do que agora em agosto”, e explica porquê: “Há mais emigrantes e outros turistas que vêm à cidade e encontram-se perdidos, sem saberem como é que aqui devem chegar”, diz Joaquim.

Apesar de tudo, o gerente do hotel admite que não está contra a obra realizada. “Quaisquer trabalhos que sejam feitos têm os seus prós e contras, tendo a vantagem de ficar a estrada bem arranjada. Nem que seja prejudicado numa altura, nunca se deve estar contra”, remata.

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