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Linha da Beira Baixa: contrariedades de uma modernização

António Pinto Pires

Professor

Não houve uma verdadeira modernização no último troço a ser intervencionado, Covilhã/Guarda, nem nas obras efetuadas anteriormente, ou seja, da Covilhã para sul, até Abrantes.

Uma verdadeira modernização é aquela que permite o aumento das velocidades e consequentemente uma diminuição nos tempos de percurso, o que não aconteceu.

Os supostos ganhos, na altura de 30 minutos, não passaram de uma falácia uma vez que as velocidades que então se praticavam a norte da LBB eram baixíssimas, entre os 20 e os 60 km/hora.

Quando se propalou que o Intercidades iria ganhar 45 minutos no trajeto Covilhã/Lisboa, esqueceram-se que 20 minutos ganhos se deveu ao fim da troca de locomotivas. Num trajeto de 300 km, os ganhos foram de 25 minutos, após a conclusão das obras, onde foram gastos milhões, Atendendo à realidade, na verdade houve investimento que se visualiza nas pontes, eletrificação, renovação da via, catenária, supressão de passagens de nível, e outros melhoramentos, mas os ganhos de tempo, fator que caracteriza uma linha moderna, são praticamente nulos face aos investimentos.

Na sociedade civil, órgãos locais, não se conhece que tenha tido qualquer manifestação face a este movimento, o que não deixa de nos causar alguma perplexidade.

 

O Plano Ferroviário Nacional

 

Pressupondo que a LBB é um assunto encerrado na ótica da IP, Infraestruturas de Portugal, por considerar as obras concluídas, o que foi explicitamente referido pelo demissionário secretário de estado das infraestruturas, Frederico Francisco, não se concebe nada significativo para melhorar as condições de viagem na linha e ganhos nos tempos de percurso.

Como já o referimos diversas vezes publicamente, e a título de exemplo, no entender de “O 6 de Setembro”, pode referir-se a necessidade de criar diversas correções de traçado ao longo da linha, um novo atravessamento em túnel  na Gardunha junto ao Fundão, o que só por si retiraria 10 km ao percurso, permitindo ganhar 20 minutos no trajeto Covilhã/Castelo Branco.

A necessidade imperiosa que se coloca no trajeto Ródão/Belver, de efetuar uma correção de traçado recorrendo à construção de vários túneis cegos, de modo a obviar a frequente interrupção da via com a consequente baixa de velocidades pelos frequentes desmoronamentos assim como do aumento da segurança e aumento de velocidade.

Se na realidade pretendemos ser objetivos, e colocar de lado os mitos da alta velocidade na nossa zona, faz todo o sentido falar sim, de velocidade alta, atendendo às características da região, que per si, determinaria que a LBB fosse repensada para obviar a inutilidade que a linha corre, num futuro próximo, devido à sua baixa performance. Isto, se se encarar a LBB como um investimento de futuro e não uma mera infraestrutura para o serviço de mercadorias, dada a sua localização estratégica, e como atualmente se tem vindo a verificar.

Citando o jornalista Carlos Cipriano, um conceituado especialista em matérias ferroviárias, tratou-se sempre de renovações low cost.

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