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Memo Move trava luta contra as demências

Mais rápido! Acelere! Olhe os pés! Reacção nas mãos! Esquerda, direita, intensidade! Enquanto José Almeida, de 76 anos, faz um dos exercícios na sala de estímulo físico e cognitivo do Memo Move, Catarina Rondão, a coordenadora do projecto no Fundão, para maiores de 65 anos, gratuito, que pretende prevenir e retardar demências, incentiva, analisa e define novas metas.

Quando José passa para a sala de exercícios cognitivos, onde as psicólogas Cristiana Trindade e Catarina Gaspar exercitam funções como a memória, a motricidade, a rapidez no pensamento ou a atenção, Lurdes Monteiro, 66 anos, com ar abatido, carrega na luz vermelha do semáforo à entrada. “Hoje sinto-me em baixo”, transmite. “Então vamos adaptar”, responde a técnica. Mas à medida que dá murros e pontapés nas luzes que se acendem na parede, com uma imagem da Serra da Gardunha como pano de fundo, revigora-se. “Superou-se! E dizia que não vinha em forma!”, incita Catarina Rondão, enquanto fazem exercícios de respiração e alongamentos, antes de ambas pegarem em tacos e terem de dizer nomes de pessoas cada vez que passam a bola.

Na sala ao lado do espaço, na emblemática Rua da Cale, aberto desde Outubro, uma psicóloga recorre a puzzles e a programas informáticos para testar a memória e treinar o cérebro a não se deixar enganar “pelas rasteiras”. Mais tarde é Maria, na casa dos 80 anos, que exercita os braços, ao mesmo tempo que diz nomes de profissões.

“O que estou aqui a fazer é ouro”

José Almeida, em tempos bancário, solicitador e advogado, começou a notar que o cérebro nem sempre lhe respondia como era habitual. Encaminhado por uma neurologista, sente que treina “várias competências”, activa “o corpo e a mente” e contraria os problemas que se insinuam. “O que estou aqui a fazer, para mim, é ouro. Envelhecer não tem de ser mau, não podemos é deixar-nos ficar no sofá”, salienta.

“As campainhas soaram” e as lágrimas soltaram-se quando Maria de Lurdes Monteiro, professora do primeiro ciclo durante uma vida, percebeu que, além dos esquecimentos frequentes, um dia não conseguiu ajudar uma criança no café que frequenta a fazer uma conta. Uma ressonância magnética acabou por confirmar o diagnóstico de princípio de Alzheimer.

A curiosidade levou-a a entrar nas instalações do Memo Move, impelida pela informação no exterior, para perceber se era adequado à sua condição. “Isto apareceu na altura certa”, frisa. “Estou medicada, mas sinto que este treino me está a fazer bem e os pequenos passos que aqui dou são uma vitória. Claro que sei que isto não tem cura, é uma forma de retardar a doença e, enquanto houver alguma coisa que eu possa fazer para me manter mais tempo autónoma, melhor”, acrescenta.

 

Reportagem completa na edição impressa do NC.

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