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Tensões em família são mote para peça no Teatro das Beiras

Peça é encenada por Maria João Luís e estreia dia 23

Desconversar. É um verbo muito presente na mais recente produção do Teatro das Beiras, “A festa”, texto de Spiro Scimone encenado por Maria João Luís, com estreia marcada para dia 23, no auditório da companhia covilhanense, às 21:30, onde fica em cena até 27 de outubro.

Gritos, tensões latentes, rancores, acusações, palavras lançadas como flechas, para ferirem, e que não permitem conversar nem um diálogo saudável. Gente que fala entre si, mas que não se ouve, sintetizou a encenadora.

Maria João Luís, atriz que já subiu ao palco da companhia covilhanense com A Barraca, agora a primeira vez a colaborar em outro papel, sublinha que “A festa” se debruça sobre “uma família a desconversar, mas que não comunica”. De resto, uma situação não tão incomum em muitos lares, acrescentou.

“No fundo, fala-nos de pessoas que não se ouvem, que falam cada uma para seu lado e não se ouvem. Isso acontece muito na vida”, realçou a encenadora.

No cenário desenhado para ser “abstrato”, três personagens, interpretadas por Susana Gouveia, Miguel Henriques e Miguel Brás, mexem na ferida de dramas profundos e complexos da vida familiar.

Pai e filho não se suportam, a mãe leva com o fogo cruzado dos dois lados e lida com as mágoas próprias, enquanto é a única a manter a esperança de conseguir ainda fazer em casa a festa para assinalar os 30 anos de casamento.

O papel de desvalorização e subjugação da mulher está também vincado no texto de Spiro Scimone, fazendo refletir um problema intemporal, realçou Maria João Luís.

 

A encenadora disse ter escolhido levar a palco “A festa” por, além de ser uma peça curta, de 50 minutos, ser um texto desafiante de trabalhar, por exigir “destreza a decorar, mas também na contracena”, até ser interpretado como uma conversa natural.

 

Segundo Maria João Luís, “A festa” apresenta uma crítica subtil “das dinâmicas familiares, destacando a hipocrisia, os segredos e as frustrações que muitas vezes são mascarados por um verniz de felicidade e normalidade”.

 

A intenção é levar o público a refletir sobre a natureza das relações interpessoais e os verdadeiros significados de conceitos como família, amor e celebração.

 

A também atriz, que olha para esse papel como “um descanso” em relação à encenação, tem uma ligação de há décadas com o Teatro das Beiras, sala onde no passado se apresentou no palco.

 

Na primeira vez que está a encenar na Covilhã, no ano em que a companhia celebra 50 anos, Maria João Luís considera ter para si “um imenso significado”, pelo respeito mútuo desde há muitos anos.

 

A 118.ª produção da companhia covilhanense, que este ano celebra 50 anos, fica em cena, no auditório do Teatro das Beiras, entre 23 e 26 de outubro, às 21:30, e dia 27, às 16:00.

As reservas para assistir à mais recente produção do Teatro das Beiras podem ser feitas através do número 275336163.

 

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