Procurar
Close this search box.

Toldos da azeitona transformados em cravo gigante

Obra, da autoria do artista covilhanense Luís da Cruz, começa a ser montada esta quarta-feira no Pelourinho. E contou com ajuda da Modatex, costureiras, crianças, idosos e reclusos

Se, por estes dias, notar alguma movimentação diferente na rotunda do Pelourinho, bem no centro da cidade, não estranhe. Começou esta quarta-feira, 10, a ser montado naquele local um cravo gigante, uma obra de arte para assinalar os 50 anos do 25 de Abril, da autoria do artista multimédia, ceramista e curador, Luís da Cruz, natural da Covilhã, que é constituído, na sua essência, por toldos em rafia, utlizados na colheita da azeitona.

A estrutura, de 50 metros, foi realizada em parceria com a Câmara e contou com a ajuda de centenas de participantes, desde o centro de formação da Modatex, a costureiras, crianças, idosos e até reclusos do estabelecimento prisional da Covilhã. “Esta é uma forma de evidenciar, através do símbolo maior de Abril, a explosão de liberdade que se seguiu à revolução de 1974” explica o artista que, também ele, emigrou para França, ainda adolescente, durante o regime salazarista. A obra, que será inaugurada no dia 25 de abril, às 15 horas, conta com muitos “Cravos de Abril” e formará uma espécie de cúpula sobre a rotunda existente em frente aos Paços do Concelho, “como forma de mostrar sob que símbolos nos guiamos hoje: liberdade, democracia, fraternidade, sempre” frisa Luís da Cruz.

“Os cravos são todos feitos à base de toldos de recuperação, de rafia, da colheita da azeitona. O maior, de 50 metros, contou com a ajuda da Modatex, e costureiras, que trabalharam nele mais de uma semana. Já as pétalas, foram estruturadas com 2500 metros de arame, e realizadas na Galeria António Lopes, com a ajuda de colaboradoras da senhora vereadora, Regina Gouveia. Quanto aos três mil cravinhos, contaram com ajuda de crianças das escolas, idosos, e também de reclusos da prisão da Covilhã” conta Luís da Cruz, que quer com esta obra também lembrar que a liberdade “é a condição essencial do artista. Sem liberdade, não há criação” frisa.

Ainda inserido nestas comemorações, Luís da Cruz inaugura também no dia 25, na sua Galeria, na Rua da Barbacã, a exposição “Sempre!”, que junta obras de pintura, cerâmica e instalação alusivas ao conceito de liberdade e democracia que brotaram no 25 de abril. A exposição, que envolve essencialmente pintura, mas tem também instalações e cerâmica, pode ser vista a 25, 26 e 27 de abril e invoca a transformação social e cultural de um país anteriormente “amarrado e proibitivo, incorporando assim a revolução que fez renascer Portugal de um regime opressivo e deu liberdade e democracia à sua população” explica.

VER MAIS

EDIÇÕES IMPRESSAS

PONTOS
DE DISTRIBUIÇÃO

Copyright © 2024 Notícias da Covilhã