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Um apelo pela vida do jornal

Carlos Madaleno

A Democracia, jornal que daria origem ao Notícias da Covilhã, nasceu com sete fôlegos, em 12 de janeiro, de 1913.  Não desapareceu em 1918, depois de assaltado e do diretor, António Catalão, ser mandado prender.  Renasceu, ainda mais forte, a 18 de maio de 1919, com a atual designação. A vida deste periódico, tal como todas as vidas não foi fácil, chegando mesmo a suspender a sua impressão em 1937.Não morreu e, um ano depois, ressurgiu. Em 29 de Maio de 1987, finalmente, viu o seu percurso reconhecido através de um louvor da Presidência do Conselho de Ministros.

No início do atual século, as dificuldades multiplicavam-se, uma vez mais. O seu penúltimo diretor, Cónego Fernando Brito, não baixou os braços, dizia ele: temos de chegar ao centenário. E chegámos. Teve o mérito e a humildade de criar uma comissão para repensar o jornal, para buscar novas formas de subsistência e de reinvenção, sem ter de o encerrar. Não terá obtido os resultados que pretendia, mas conseguiu mantê-lo por mais dez anos.

Ciente do difícil que é manter um jornal nos dias de hoje, ciente do número de títulos que nos últimos anos saíram das bancas, ouso, ainda assim fazer um apelo ao atual diretor. Não deixe morrer o Notícias da Covilhã, Sr. Diretor! Um Homem da Igreja não pode aceitar a eutanásia do projeto que dirige. Como muito bem afirma, temos de repensar o Notícias da Covilhã. Façamo-lo, mas não o deixemos morrer. Tenho a certeza de que serão muitos os que estão dispostos a ajudá-lo nesta árdua e hercúlea tarefa. Não tenha receio em pedir colaboração. Conte com contributo da Covilhã, onde se insere a minha modesta e pequenina participação.

Se o Notícias da Covilhã tiver de chegar ao derradeiro terminus, que a ele chegue com dignidade, lutando até ao final, com o rigor e imparcialidade da sua informação. Com a irreverência que sempre o caracterizou, não temendo questionar poderes. A Covilhã muito lhe deve, mas muito mais dele necessita.

Ao longo dos últimos cem anos, o Notícias da Covilhã fez nascer muitos projetos na cidade. O museu municipal criado em 1929, o Lactário, a não demolição da capela de São Martinho são apenas alguns deles, mas o maior foi sem dúvida a manutenção de um meio de informação da cidade e para a cidade.

Acresce a tudo o que referi que apesar dos seus 110 anos, o Notícias da Covilhã não está velho. Velhos são os trapos e mesmo esses dão origem a bonitas mantas de ourelos. Vamos manter o Notícias da Covilhã, vamos ler o Notícias da Covilhã.

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