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Um Centro Cívico “sem civismo”

Além do estacionamento fechado, quem tem lojas no Centro Comercial do Sporting queixa-se de que, sem casas de banho públicas, haja quem faça necessidades na rua, o que provoca maus cheiros dentro do shopping

Helena Almeida é comerciante no Centro Comercial do Sporting há vários anos, mas garante que, também ela um dia fecha a porta se persistir a falta de atenção dada aos lojistas daquele imóvel que, há diversos meses, não têm o silo aberto, pagam rendas sem ter clientela e, agora, ainda têm que viver com o mau cheiro que chega da rua, face ao facto de algumas pessoas fazerem as necessidades em qualquer canto. “É um cheiro horrível no centro comercial” garante.

Helena foi uma das comerciantes que na passada sexta-feira, 19, esteve na reunião pública do executivo, queixando-se da ausência de casas de banho públicas na cidade e da falta de limpeza nas imediações do shopping. “Limpa-se tudo cá em cima, mas depois, junto aos correios, e daí até à loja do chinês, é uma porcaria. As casas de banho públicas estão fechadas, e a nós pedem-nos para ir ao wc do shopping, que é o condomínio que paga. Temos montes de despesas, poucos clientes, e despesas. Qualquer dia fecham as lojas todas. A cidade está a morrer aos pouquinhos” lamenta, uma ideia também defendida por outro comerciante, João Soares, que não percebe o porquê de no centro da cidade não haver casas de banho abertas ao público.

Vítor Pereira recordou aos dois comerciantes que ali bem próximo, por baixo do antigo Verdinho, existe uma casa de banho pública “que está limpa e é utilizável”, mas quanto a quem usa a rua para fazer necessidades fisiológicas, “isso não é uma questão que possamos controlar, é uma questão de civismo”. O autarca diz que está a ser estudada a hipótese de compra de um wc com uso de moedas, com “autolimpeza”, mas que não tem sido fácil encontrar este tipo de equipamentos. Quanto a alugar casas de banho amovíveis para colocar em alguns locais da cidade, “não é uma hipótese que me agrade, até porque acho o valor a pagar excessivo”. O autarca garantiu ainda que a Águas da Covilhã (ADC), que “tem a obrigação de proceder à limpeza e desinfeção dos locais” já está informada do sucedido, tendo João Marques, presente na reunião, garantido que as ações de limpeza nas ruas circundantes ao centro comercial vão aumentar.

Silo resolvido “lá para o verão”

O autarca covilhanense falou ainda da questão do estacionamento subterrâneo, fechado há mais de um ano, uma situação da qual os lojistas também se queixaram. Vítor Pereira reafirma que é uma situação “complicada”, face à ausência de regras de segurança, e que depois de, primeiro, a Câmara ter optado por, de forma a agilizar o processo, ter pedido à empresa MoviCovilhã para fazer a intervenção, o processo “começou a marcar passo”. Por isso, voltou agora a chamar a si “as rédeas” do mesmo. Segundo Jorge Vieira, diretor de obras e planeamento do município, o concurso público para as obras já foi aberto e estará para ser publicado em Diário da República.

“Era esta demora que queríamos evitar, mas acredito que esta situação pode ficar resolvida lá para o verão, no início do ano escolar” garante Vítor Pereira.

Pedro Farromba, vereador da oposição, lamentou o que se está a passar no silo mais de um ano depois da concessão ter entrado em funcionamento, não havendo datas previsíveis de reabertura, e alertou, mais uma vez, para “um outro problema” que todo esta impasse “nos vai trazer”, nomeadamente a hipótese de ter que se indemnizar a empresa por o contrato de concessão prever a exploração desse silo, que não está a funcionar. Recorde-se que bem recentemente, numa outra reunião pública do executivo, Farromba revelara a sua preocupação com a eventualidade de a empresa utilizar esse subterfúgio para aumentar o número de lugares tarifados à superfície, para compensar essa receita. E já tinha alertado para a possibilidade de a concessionária poder vir a reclamar uma indemnização, uma vez que apenas os parques subterrâneos da Praça do Município e da Estação estão a funcionar.

Vítor Pereira recusou qualquer receio com essa hipótese. “Não há receio qualquer, essa questão está salvaguardada” garantiu.

A MoviCovilhã começou a operar a 2 de fevereiro de 2023 e a concessão tem uma duração de dez anos, durante os quais a Câmara da Covilhã pagará 9 milhões e 170 mil euros, mais o Imposto de Valor Acrescentado (IVA).

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