Por diversas vezes o disse em reuniões públicas, quer do executivo, quer da Assembleia Municipal: não estava inclinado para voltar a ter ali uma pista sintética de esqui. Mas o presidente da Câmara de Manteigas, Flávio Massano, procurou nas últimas semanas, na sua página oficial de Facebook, recolher junto da população local sugestões sobre o destino a dar ao local onde esteve, durante muitos anos, uma pista sintética de esqui (que deu mesmo o nome de Skiparque aquele local), que acabou de ser removida, há cerca de duas semanas, depois de ter sido praticamente toda destruída pelo grande incêndio do verão de 2022 na Serra da Estrela.
“Cabe ao executivo em funções definir um futuro para o espaço, sendo que os vossos comentários contribuíram para que o futuro do espaço seja o melhor possível” disse Flávio Massano, que recolheu contributos da população sobre o tema. A criação de uma nova pista foi defendida por 19 pessoas, houve 56 que se mostraram contra ou não mostraram preferência por uma nova pista, mas todas as soluções apresentadas acabaram por ter menos menções que a nova pista. Entre as mesmas, a reflorestação e renaturalização do espaço, a criação de um parque aventura (com tobogan ou slide), um parque de campismo, ou uma pista de bicicletas para modalidades como o BTT e dowhnill.
Flávio Massano conclui que “é factual” que houve várias pessoas a expressar vontade em continuar a existir uma pista de esqui, mas que a verdade é que “a quantidade de pessoas que não mencionou preferência pela pista é praticamente três vezes superior.” Mas, “ainda assim, a ideia concreta de uma nova pista continua a ser a que tem mais defensores, sendo que depois há várias opções bem colocadas sem nunca haver um consenso quanto ao destino a dar ao espaço da Relva da Reboleira” frisa. O autarca, que apenas quis “recolher ideias e sentir qual a preferência dos manteiguenses (e não só) em relação ao espaço”, recorda que este é um local “único” e de “potencial tremendo” na Serra da Estrela.
Na última reunião do executivo, a 1 de julho, o vereador do PSD, Nuno Soares, revelou a sua apreensão pelo facto da pista ter sido removida em pleno início da época balnear. “A água ficou em péssimo estado. Espero que a praia fluvial não sofra consequências, pois aquela lama não se retira com facilidade. Não podemos deixar deslizar os prazos assim no tempo” disse.
Flávio Massano, consciente do prazo apertado, face ao verão, disse que a autarquia não quis adiar mais o inadiável, e garante que as comportas foram logo abertas para remoção de sujidade, um trabalho que foi reforçado com meios camarários. “Pode afetar um pouco nos primeiros dias, mas não a época toda. Houve uma forte intervenção na limpeza” assegura.
