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Uma UBI que transformou a Covilhã e preparada para o futuro

Perante o declínio dos lanifícios, a instituição permitiu “a refundação da cidade”

Numa altura em que a indústria têxtil e dos lanifícios estava a entrar em declínio, a Universidade da Beira Interior (UBI) fez a cidade entrar em outra era e tornou possível “a refundação” da Covilhã, frisou o reitor, Mário Raposo, durante o início das comemorações dos 50 anos de Ensino Superior na cidade, na sessão solene que também assinalou a abertura oficial do ano académico, dia 26.

A instituição soube trabalhar em rede, conseguir entrar nos ‘rankings’ internacionais, cria soluções em articulação com o tecido social e empresarial e “está plenamente preparada para enfrentar com sucesso os novos e crescentes desafios do século XXI”, vincou o reitor.

“Com a criação do Ensino Superior, deu-se início a uma nova era, a era do conhecimento, e com isso possibilitou-se a refundação da cidade da Covilhã e o surgimento de um farol de luz esclarecida para os territórios do interior”, sublinhou Mário Raposo.

Enquanto mostrava a primeira ata e comparava imagens de antes e depois dos edifícios onde a instituição está instalada, o reitor recordou a assinatura do decreto-lei, em 1973, que permitiu a criação do então Instituto Politécnico da Covilhã, e o início das aulas, em janeiro de 1975, quando se implementou o Ensino Superior “nos territórios da Beira Interior”.

A decisão aconteceu numa altura em que “a indústria têxtil enfrentava já então a sua incapacidade para responder ao avanço da tecnologia no sector têxtil, o que conduziu à perda de competitividade das empresas e ao encerramento de grande número de unidades fabris”.

O reitor acentuou que a UBI é hoje uma instituição “prestigiada, académica e cientificamente”, que gera conhecimento, tem “uma clara motivação para a criatividade, para a inovação e para o empreendedorismo, para a imersão com o território” e trabalha “em estreita colaboração” com o meio envolvente.

Segundo Mário Raposo, a UBI é “um parceiro e um pilar fundamental” para a sociedade e para a região.

Com nove mil alunos de mais de 50 nacionalidades, a UBI é “uma referência internacional”, frisou o responsável, que voltou a alertar para o subfinanciamento da instituição, uma situação que começou este ano a ser corrigida pela tutela e espera que até 2027 possa “convergir para o orçamento real”.

A instituição “poderia ter feito muito mais, não fosse o subfinanciamento que as várias tutelas nos impuseram ao longo de 13 anos, entre 2009 e 2022”, reiterou Mário Raposo, referindo-se a mais de 60 milhões de euros “subtraídos e desviados dos orçamentos da UBI” durante esse período, o que entendeu ter sido “uma tremenda injustiça”.

Na cerimónia foi homenageado o primeiro aluno da instituição, José Carmindo Ramos, em representação de todos os outros, e Correia Pinheiro, um dos elementos da Comissão Instaladora do então Instituto Politécnico da Covilhã, para “distinguir aqueles que tiveram a visão estratégica para o lançamento da Instituição”.

O presidente da Associação Académica, Pedro Jacinto, destacou a preponderância da universidade na região. “Nestes 50 anos, a peça-chave nesta mudança de paradigma na região e na cidade foi a UBI”, enfatizou.

O dirigente estudantil lembrou que a “larga maioria dos estudantes” são deslocados e salientou que “700 camas para nove mil estudantes é pouco”, referindo-se à capacidade de alojamento da universidade.

José Carmindo, o primeiro matriculado, evocou uma geração de alunos “que levava tudo muito a sério”, ainda “a viver o pesadelo do recrutamento” para a guerra colonial, mencionou as 130 empresas têxteis da zona que iam fechando portas e a importância que a UBI pode ter no desenvolvimento do território.

“Foram 50 anos que ligaram o Spectrum ao 4.0 e à inteligência artificial”, disse. “Ganhámos muito treino num ensino vocacionado para os desafios do mercado empresarial”, acrescentou.

Correia Pinheiro, 0 único elemento vivo da Comissão Instaladora, mencionou os restantes membros e destacou os “tempos verdadeiramente heroicos e extremamente absorventes”.

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