Quantos atletas e de quantos países vão estar presentes?
Há torneio masculino e um torneio feminino, cada um deles com 12 equipas, em que vão estar presentes equipas de 9 nacionalidades, num total superior a 400 atletas participantes. Mais árbitros, dez duplas internacionais, estamos a falar aí cerca de 20 nacionalidades distintas que vamos ter cá.
Que operação logística vai implicar?
A organização tem a responsabilidade de tratar de tudo, desde a chegada dos atletas a Portugal à sua estadia, à alimentação, à parte desportiva e a tudo aquilo que são atividades fora de âmbito desportivo. Do ponto de vista operacional, nós somos responsáveis por 500 pessoas e temos de garantir que consigam ter as melhores condições de bem-estar e de competição.
Em termos de organização, o que tiveram de garantir?
Os transportes de Lisboa para a Covilhã são um grande desafio. Os atletas vão estar alojados nas residências universitárias e há uma grande logística associada a isso. A alimentação, que será feita, na sua grande maioria, nas instalações da universidade. Depois também na parte das instalações desportivas, dar apoio à UBI, que está a fazer um investimento muito elevado para dar resposta às exigências de um campeonato com estas características.
Em que está a ser feito esse investimento?
É um investimento a rondar os 700 mil euros, que vai permitir a renovação de grande parte das instalações desportivas da universidade. No pavilhão número 2 está a ser substituído na íntegra todo o pavimento, placares eletrónicos, iluminação. Vão ser feitos melhoramentos nos balneários do pavilhão número 1. As instalações desportivas da UBI vão ficar dotadas de condições para receberem mais eventos internacionais como este no futuro.
Onde é que os jogos podem ser vistos?
Vão decorrer nos dois pavilhões da universidade. Essa também é uma grande vantagem que a Covilhã e a UBI têm. Ao terem dois pavilhões próximos, permite que haja oportunidade para uma dinâmica de grande relação entre atletas e a própria comunidade covilhanense. Os treinos vão ser no Inatel.
O que é que este evento pode aportar à Covilhã?
Aporta muito valor à Covilhã e à região, em várias dimensões. Em primeiro lugar, do ponto de vista das instalações desportivas. Depois deste evento, e também por causa deste evento, a Covilhã vai ficar dotada de instalações muito mais capacitadas e com uma qualidade bem maior daquelas que tinha. Em segundo lugar, organizar um evento desta dimensão, e que está a ser feito entre a UBI, a Câmara Municipal e a Associação Académica, está a dotar estas três instituições de metodologias e a criar aqui uma capacidade organizativa para dar resposta a mais desafios e ganhar experiência para ter outro tipo de eventos e de maior escala.
E a nível económico?
Entre organização, investimento direto da UBI e da Câmara na reabilitação de infraestruturas, estamos a falar de um evento avaliado em cerca de um milhão de euros, em que depois também tem o retorno daquilo que são os gastos que estas pessoas vão ter na economia local. Há também a promoção que estamos a fazer à região. Projetar a Covilhã num patamar internacional é muito importante, porque depois deste, e das coisas correndo da forma como nós estamos expectantes e estamos querentes que vão correr, vão abrir a porta para que mais torneios internacionais possam surgir.
O que esperam que fique na Covilhã deste campeonato, depois de terminar?
Este evento tem a ambição de deixar um legado que vá além daquilo que é a competição em si. Já falámos das infraestruturas, da capacidade de organização às instituições, e tem o objetivo de dar um novo impulso ao andebol na Covilhã. No dia 20 vamos organizar, em conjunto com a Associação Portuguesa de Deficientes, um torneio para cadeirantes, para promovermos a modalidade também para pessoas com modalidade reduzida. Estamos a promover um curso de árbitros para que possam dar resposta a futuras competições que possam existir.
Quantos voluntários estão envolvidos e em que áreas?
Nós temos voluntários para diferentes áreas de intervenção, num total de 80 a 90 voluntários, na perspetiva de que esta experiência fosse uma evolução e uma preparação para o mundo profissional. Na área médica são cerca de 15 e todos tiveram formação, por exemplo, na área da fisioterapia na abordagem à vítima em cenários desportivos. Na comunicação são 14, alunos de Comunicação, Cinema, Multimédia. Também vão ter formação que lhes fica para a vida. Na parte logística e técnica são cerca de 50. Alguns tiveram formação em arbitragem, em gestão desportiva. Há ainda 22 guias, que ficarão responsáveis por mostrarem às comitivas a cidade e a região. É uma experiência de enriquecimento pessoal e esperamos que seja memorável para eles.
Quem são estes jovens?
Temos estudantes universitários da Covilhã, universitários que não estudam na Covilhã, jovens da Covilhã que não são universitários e voluntários internacionais.
O que é expectável que aconteça na cidade nesses dias?
A nossa estratégia passa por termos eventos descentralizados. Os atletas vão estar alocados em três das residências universitárias e todos os participantes vão ter acesso à rede urbana de transportes, o que lhes pode permitir viver a cidade. Vão ter acesso ao Museu da Covilhã, à piscina-praia e à Feira de São Tiago, para terem um contacto com a cultura local. Ter 500 pessoas na cidade nesta altura vai ter o seu impacto e vai ter a sua dinâmica. Acredito que vai ser um impacto muito positivo na economia e, como é lógico, na dinâmica da própria cidade.
O que é possível adiantar sobre a cerimónia de abertura?
Vai ser no dia 22, a partir das 18:30, antecedida por um cortejo de todos os atletas desde o Jardim Público até ao largo junto ao Mercado Municipal, onde vai ser feita a cerimónia de abertura, um evento simbólico, seguido de um momento musical aberto à comunidade. O nosso objetivo é mostrar os atletas à Covilhã e a Covilhã também se mostrar a todas estas comitivas.
Há 25 anos a Covilhã recebeu não o Europeu, mas o Mundial Universitário de Andebol. Comparativamente, as mudanças no evento são substanciais?
Sim. Há alguma que se nota que é a ser feminina ou masculina. Promover o desporto para todos é uma preocupação cada vez maior e acho que essa é a grande diferença que nós temos para 2000. O Mundial, na altura, foi para um torneio para seleções masculinas. Depois temos uma diferença daquilo que é a exigência que hoje em dia se tem, seja do ponto de vista da comunicação, da organização e das próprias infraestruturas desportivas. Temos de ter noção que estes tipos de competições são recebidas regularmente por grandes cidades europeias. A exigência de o desporto universitário se aproximar dos padrões de uma competição federada é cada vez maior.
O que se pode esperar do nível competitivo?
Vamos ter na Covilhã pessoas de grande relevância do andebol mundial. O desporto universitário, seja em Portugal, seja a nível europeu, tem uma importância muito grande e alguns destes nomes são presenças em seleções, maioritariamente de Sub-21 e Sub-23. O embaixador deste torneio é um antigo atleta universitário, o Diogo Branquinho, atualmente atleta do Sporting, que fez o seu percurso desportivo no ABC, estudando na Universidade do Minho e depois na Universidade do Porto. É um perfil de estudante-atleta que hoje está num dos maiores patamares do andebol. Não vai competir, mas teve essa base. O desporto universitário serve muito como uma incubadora para grandes nomes do desporto mundial e vamos ter algumas referências de seleções. Estamos a falar de desporto de alto nível.