O presidente da Câmara da Covilhã anunciou que vai “pugnar” para que a Cova da Beira seja desagregada da Comunidade Intermunicipal das Beiras e Serra da Estrela (CIM-BSE) e passe para a Comunidade Intermunicipal da Beira Baixa (CIM-BB).
Em declarações à agência Lusa, Vítor Pereira frisa que nunca concordou com o desenho escolhido para as comunidades intermunicipais e reitera que este é o momento para promover a alteração, tendo-se mostrado confiante de que o processo será acompanhado pelos municípios do Fundão e Belmonte, os quais compõem a Cova da Beira juntamente com a Covilhã. “Esta minha posição já é pública e conhecida e passa por pugnar para que os municípios da Cova da Beira passem a integrar a Comunidade Intermunicipal da Beira Baixa. Estamos numa comunidade [Beiras e Serra da Estrela] onde muito estimamos os nossos parceiros, onde muito os consideramos, mas entendemos que – do ponto de vista de identidade, história e homogeneidade territorial – temos tudo e mais a ver com a Beira Baixa e muito menos com a esmagadora maioria dos municípios que compõem a CIM-BSE”, afirma.
O autarca, que foi reeleito para o terceiro mandato à frente da Câmara da Covilhã, admite que o “redesenhar administrativo” terá “obviamente algumas dificuldades e entraves”, mas vinca o “empenho e a mobilização” para levar o processo a bom porto. “É um objectivo legítimo, racional e em defesa dos nossos concidadãos e na defesa dos nossos territórios e a bem da coesão territorial”, aponta.
Segundo acrescenta, será ainda promovido o diálogo com os presidentes da Câmara de Vila de Rei e Sertã, no sentido de os “sensibilizar” para que estes municípios, que actualmente integram a Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo, também venham integrar a CIM-BB, fazendo-a assim coincidir com o desenho do próprio distrito de Castelo Branco, que ficou divido em diferentes comunidades intermunicipais. Questionado sobre se já informou a CIM-BSE sobre essa pretensão, Vítor Pereira lembra que nunca escondeu a sua posição e reiterou que este “é o momento certo” por se estar no início dos mandatos autárquicos e no período de transição de quadros comunitários de apoio.
Em relação aos procedimentos, esclareceu que a “primeira fase” passará por “recolher formalmente as vontades dos municípios”, o que deverá ocorrer após as tomadas de posse dos órgãos autárquicos recentemente eleitos. Da parte da Covilhã, explica que irá levar a proposta ao executivo e à Assembleia Municipal para promover a “discussão” e tomar decisões “o mais rápido possível” para que depois os órgãos de soberania possam pronunciar-se sobre a matéria, dado que as comunidades intermunicipais foram criadas por uma lei da Assembleia da República.
Outro dos aspectos que Vítor Pereira quer ver revisto passa pelo próprio modelo de organização das comunidades, que considera estar “esgotado”.
Segundo defende, é também preciso rever o quadro de competências e atribuições das comunidades, bem como o modo de funcionamento e o modo de eleição.
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