O presidente do Sporting da Covilhã aguarda a formalização da cedência, por parte da Câmara da Covilhã, dos novos terrenos para a construção da Academia do clube, para onde estava prevista a comemoração do centenário, em Junho, programa que terá o envolvimento dos sócios, disse o presidente, José Mendes.
Questionado sobre a celebração dos cem anos do Sporting da Covilhã, na última assembleia geral, o dirigente garantiu estar a “trabalhar afincadamente” no que a direcção pretende fazer.
“Uma das coisas que tinha em mente fazer era ter os terrenos da Academia, ter já nessa Academia um campo sintético e mais qualquer coisa de infra-estruturas e fazer aí a festa com todos os sócios”, adiantou José Mendes, que informou terem sido investidos cerca de cem mil euros na terraplanagem dos terrenos do Bairro da Alâmpada, Boidobra, onde a estrutura já não vai ser edificada.
Apesar do contratempo com a propriedade dos terrenos, que se percebeu terem sido doados pelo município ao Sporting da Covilhã quando também os havia cedido anteriormente à Universidade da Beira Interior (UBI), o presidente tem o desejo de avançar com o projecto, num outro local.
“Vamos ver se temos Academia, se temos terrenos, mas esse era um dos pensamentos: fazer a festa naquilo que era do clube”.
Bancada inaugurada “até ao centenário”
O dirigente adiantou ter a expectativa de poder inaugurar a nova bancada do Estádio Santos Pinto, actualmente em construção, um investimento a rondar um milhão de euros, “até ao centenário”.
“Estas derrotas que temos tido roubam-nos a paciência, mas não deixamos para trás essa questão do centenário”, salientou José Mendes. “Temos uma série de actividades que queremos ver se fazemos e queremos, e de que maneira, envolver os sócios”.
Sobreposição de 4085 metros quadrados do terreno
Uma parte do terreno de 30 mil metros quadrados cedido em 2019 pela Câmara da Covilhã ao Sporting da Covilhã, e onde decorriam as obras de terraplanagem para a construção da Academia do clube, já tinha sido doada em 1990 pelo município à UBI, que em Janeiro de 2022 colocou duas placas no local a indicar a propriedade e, no dia 13, reclamou formalmente a posse dos 4085 metros quadrados que lhe tinham sido entregues, sem contrapartidas.
O presidente da autarquia, Vítor Pereira, explicou que em 1990, durante o primeiro mandato de Carlos Pinto, foi doada essa parcela no Bairro da Alâmpada, Boidobra, que a UBI registou em 2002 “a seu favor na Conservatória do Registo Predial”, mas aquela área “não foi abatida ao activo municipal” e continua a constar do património da Câmara da Covilhã.
Com vista à construção da academia dos serranos, em 2016 o município acordou a cedência, no local, de 13.655 metros quadrados e, em 2019, numa altura em que Carlos Pinto era vereador, a Câmara da Covilhã rectificou a área a ceder, para 29.600 metros quadrados, aprovando por maioria a constituição do direito de superfície, por 20 anos, renováveis por períodos de dez anos. A escritura de cedência foi assinada em Julho de 2019, numa cerimónia que contou com o presidente da edilidade e do clube.
“Este terreno foi desanexado e nunca foi abatido ao activo patrimonial da câmara”, esclareceu Vítor Pereira, na reunião pública de 14 de Janeiro, onde informou ter falado informalmente com o reitor, Mário Raposo, e com o presidente do Sporting da Covilhã, José Mendes, garantindo que “todos estão de boa-fé” e “o assunto vai resolver-se”.
Mudança de local
O presidente da autarquia sublinhou ser possível conciliar os interesses do município, da UBI e do SCC. “É possível encontrar uma solução”, referiu Vítor Pereira, apontando para a possibilidade de cedência, à universidade, de outro terreno, “até nas proximidades, porque há lá mais terrenos”.
Em Maio o presidente do município informou que José Mendes manifestou ter “o desejo e a vontade de encontrar” outro local para a construção da Academia, terrenos que já estarão identificados há vários meses, segundo o dirigente.
