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ASTA cria peça que aborda relação entre o homem e o mundo virtual em palco

Spectrum é um espetáculo “imersivo onde a narrativa é construída a partir dos sentidos” e estreia na sexta-feira, 1, na Covilhã

A ASTA- Teatro e outras Artes apresenta na próxima sexta-feira, 1, pelas 21 horas e 30, no New Hand Lab, na Covilhã, a sua mais recente criação, Spectrum.

“Spectrum não pode ser descrito como uma peça de teatro, mas uma experiência de fruição estética visual e sonora onde cada espetador é convidado a mergulhar numa pós-realidade onde o ser humano interage e aprende a conviver com o universo virtual” explica a companhia covilhanense. O trabalho, com encenação de Rui Pires, propõe uma reflexão sobre o lugar do humano num mundo futuro onde o “homo sapiens” dá lugar ao homo cibernético. “Sem apresentar juízo de valor, Spectrum pode ser visto como uma alegoria moderna da caverna de Platão, onde o ser humano se confronta com um novo patamar da evolução da espécie e aprende a lidar com uma realidade nova e desafiante.”

Edmilson Gomes, o ator de Spectrum, contracena com variadas ferramentas multimédia e, segundo a ASTA, um ponto de interesse é “a integração de vídeo mapping em palco”. Citado no documento, Rui Pires afirma que “o futuro das artes passará por termos atores de carne e osso a interagir com as máquinas. Um debate do momento é a inteligência artificial e a nossa reação instintiva é ficar preocupados com o facto de ela nos poder roubar o protagonismo, o emprego e nos substituir. O desafio do homem moderno passa por viver cada vez mais embrenhado numa realidade que não depende apenas do mundo físico, mas passa muito pelo universo a que chamamos virtual, algoritmos que definem o que pensamos e condicionam a nossa forma de agir e pensar. Creio que a reação mais inteligente é perceber que não podemos evitar que as ondas rebentem na praia, mas podemos aprender a nadar nelas”.

Ecrãs de televisão, slides, projeção vídeo, mapeamento de movimento corporal que acompanha a coreografia do ator em tempo real, são elementos que se conjugam com a música eletrónica de Henrique Vilão para criar “um ambiente imersivo onde a vídeo dança remete o espetador para um vislumbre de um possível futuro.” Para Rui Pires, Spectrum é “um exercício de reflexão sobre o futuro das artes de palco.”

O espetáculo terá reposição no sábado, 2, à mesma hora, tem lotação limitada e pode ser gratuito para portadores do cartão amigo da ASTA ou qualquer professor, aluno ou funcionário da UBI.

 

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