Apoiar famílias e crianças com necessidade especiais é o objetivo da associação Cordas, que completa no domingo, 3, dez anos de existência.

De acordo com a presidente da associação, Vera Oliveira, a Cordas presta apoio a famílias através de consultadoria, quando estas “nos procuram, porque não sabem exatamente ao que é que têm direito”; banco de recursos onde a associação tem alguns equipamentos que são doados e quando alguma família precisa “é disponibilizado. Quando já não é necessário, devolve e é disponibilizado para outras crianças”, mas também por meio de aconselhamento e apoio clínico e psíquico à família.

Em declarações ao NC, Vera Oliveira afirma que o trabalho desenvolvido ao longo destes dez anos serviu para “angariar fundos para poder criar condições para um centro de reabilitação”, o grande objetivo da Cordas.  “O nosso objetivo nestes dez anos era conseguir fazer um centro de reabilitação, podermos trazer alguns técnicos que pudessem apoiar as crianças e, de alguma forma, fazer com que as famílias não tivessem de despender tanto dinheiro para ter direito às terapias”, explica a dirigente referindo que por vezes as famílias têm de procurar apoios especializados noutros locais do país, tais como Lisboa ou Porto. “Conseguir aproximá-las já seria uma mais-valia”, sublinha.

E esse objetivo está um passo mais perto de ser cumprido. Começaram no início do mês de fevereiro as obras de remodelação da sede, cedida pela Junta de Freguesia do Tortosendo, e que vai permitir “iniciar a atividade”.  Num investimento de 20 mil euros, o valor foi totalmente angariado através da quotização, doações e algum apoio de empresas da zona. “O edifício que nos foi cedido já tem uns 50 anos, estava a precisar de obras.  Mesmo ao nível de instalações sanitárias não tinha acessibilidades e não estava preparado. Vamos fazer obras para recuperar piso, melhorar casas de banho e torná-las acessíveis”, revela.

Vera Oliveira lamenta o processo moroso nos fundos comunitários, nomeadamente, do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). “Há fundos comunitários que estão a chegar, através do PRR, mas nem sempre chegam com a rapidez necessária. Nós já tentamos inclusivamente fazer uma candidatura, mas é importante chegar perto da autarquia para agilizar esses processos. Somos uma associação só com voluntários e sem o apoio dela vai ser muito difícil”, vinca.

Contudo, uma vez que a sede não é da própria associação, mas sim cedida pela Junta de Freguesia por um período de 20 anos, a Cordas “acaba por não conseguir concorrer às obras”. Vera Oliveira considera ser um “contrassenso”, uma vez que todo o investimento seria feito num edifício público.  “Estamos a fazer um investimento num edifício que é publico, mas isso também não nos pode impedir de fazer as obras porque a opção é não ter um espaço. Preferimos fazer esse investimento e usufruir dele durante 20 anos do que estarmos sem conseguir desenvolver a atividade”, explica a dirigente.

Outro projeto que a Cordas teve em cima da mesa, mas que acabou por não ser concretizado, foi o da criação de um Jardim Sensorial. O terreno chegou a ser cedido pela Câmara da Covilhã, mas como a associação não teve verbas para a realização do mesmo num espaço de dois anos, foi acionada a clausula de reversão, tendo o terreno voltado para a autarquia. Atualmente, esse terreno vai servir para a construção do novo quartel da GNR do Tortosendo. “Tivemos consciência que não conseguiríamos concretizar num espaço tão curto e achamos que o facto de a GNR ter uma sede condigna fazia todo o sentido” reconhece Vera Oliveira.

Os dez anos da associação vão ser assinalados amanhã, sexta-feira, 1, na Casa da Vila, no Tortosendo, a partir das 18:00, numa festa que conta com a animação de Paulo Andrade. Vai ainda haver sorteio de prémios entre os associados e corte de bolo.