A Câmara de Belmonte está a negociar, num trabalho conjunto com a Unidade Local de Saúde (ULS) da Cova da Beira, para que a freguesia de Caria volte a ter médico, num total de 20 horas semanais, mas com recurso ao sector privado. A medida foi anunciada na passada sexta-feira, 20, durante a reunião pública do executivo.

No passado dia 7 de junho, durante uma ação de protesto pelo fecho do balcão da Caixa de Crédito Agrícola em Caria, o presidente da Junta, Silvério Quelhas, lembrou as carências na assistência a 1300 utentes da extensão de saúde local, e anunciou que lhe tinha chegado a hipótese de um médico, também a título particular, prestar serviço naquele local, duas vezes por semana. Uma proposta que, garante, fez chegar à Câmara. Durante o protesto, o autarca disse que o custo associado não era muito elevado e que, “se há dinheiro para novelas, para cachecóis e relógios, também tem de haver para um médico”.

Na sexta-feira, o vice-presidente da Câmara, Paulo Borralhinho, disse já ter reunido com um médico e com a ULS, e que a partir do início de julho, Caria poderá voltar a contar com um profissional desta área durante 20 horas semanais. O autarca afirmou que ainda não estavam definidos os moldes em que esse serviço pode ser prestado, mas aludiu aos custos que considerou baixos, na ordem dos seis mil euros anuais, destinados sobretudo a alojamento e deslocações do profissional.

A falta de médico em Caria não é uma situação nova e já foi vivida no início de 2024, sendo que, na altura, através da antiga ACES (Agrupamento de Centros de Saúde) da Cova da Beira se conseguiu ter, uma vez por semana, um médico em Caria, ou no período da tarde, ou da manhã.