Para já, uma placa identificativa que diga que os condicionalismos se resumem “apenas aos dias de jogos”. E depois, eventualmente, alterações que tenham quer o aval do Sporting Clube da Covilhã, Liga de Clubes e Federação Portuguesa de Futebol (FPF). Mas sem promessa. Foi este o compromisso assumido na passada sexta-feira, 22, pelo presidente da Câmara da Covilhã com um conjunto de moradores do Bairro da Biquinha, que dizem que “a bola”, ou seja, toda a organização em torno de um jogo de futebol, lhes está a roubar estacionamento “365 dias por ano”, à porta de casa.
Nuno Almeida, representante dos moradores, foi na passada sexta-feira, 22, à reunião pública apresentar queixas. Que não se ficaram apenas pelo estacionamento, mas também com os transtornos provocados pelas obras na zona envolvente e, também, o estado em que estão algumas casas do bairro, numa altura em que se entra no outono. Porém, segundo o munícipe, a questão do estacionamento é já uma luta antiga. “Ficaram apenas 13 lugares disponíveis para os moradores em dias de jogo. Tem sido um transtorno constante. São cerca de 38 lugares (entre equipa visitante, visitados, árbitros, PSP, proteção civil e bombeiros) que o município privatiza” aponta, acrescentando ser “uma manobra da autoria de uns para servir outros”. Nuno Almeida põe em causa os 15 lugares adstritos à equipa visitada (Sporting da Covilhã) e sugere que os sete lugares destinados a forças de segurança sejam incluídos nestes 15 espaços. “Não há regulamento algum da Liga de Clubes que preveja tanto lugar” garante o morador.
Nuno Almeida afirma que se está a privar as pessoas do espaço público “todo o ano”, exigindo à autarquia “boa fé boa vontade” na resolução de um problema que afeta sobretudo pessoas idosas já com alguma dificuldade de mobilidade, que apesar de terem espaço mais abaixo para deixa viaturas, têm depois dificuldade em subir até às suas habitações. “É mais um episódio menos bom” afiança, desresponsabilizando-se por qualquer ato de moradores caso não haja alterações.
Jorge Vieira, responsável pelo departamento de obras e urbanismo do município, explica que o ordenamento do estacionamento é determinado pela Liga de Clubes mediante proposta do clube, ou seja, o Sporting da Covilhã. E adianta ainda que já houve vistorias da Liga ao local, com a autarquia a fazer “apenas o que nos foi pedido, que o executássemos”. O responsável lembra ainda que existe, mais abaixo, estacionamento “disponível”.
Já o presidente da Câmara da Covilhã, Vítor Pereira, garantiu que iria pedir quer à Liga, Federação e ao próprio presidente do clube se haverá alguma hipótese de alteração. “É um compromisso pessoal” disse o autarca, que também assegura que será colocada sinalização que diga que o estacionamento está reservado para todas estas entidades apenas quando se disputam jogos.
Nuno Almeida pediu que “não se ocupem os lugares em zonas habitacionais”, havendo também, entre os moradores, quem recordasse que o Sporting da Covilhã não está, este ano, numa prova sob a égide da Liga de Clubes, mas sim da FPF, a Liga 3.
